Deserto Florido no Chile: onde o inacreditável acontece

 

Imagina um deserto árido.

O mais árido do mundo.

Dá para acreditar que nascem flores nessa terra seca? Nasce.

Eu vi com os meus próprios olhos.

O Deserto mais árido é também o mais florido do mundo. Um milagre.

Já contei nesse post aqui, como eu e minha amiga Bárbara Mussili tivemos o click de ir ver o Deserto Florido. Você tem que ler para entender toda nossa história.

Região onde as flores nascem

Muitos pensam que o Deserto Florido está perto de San Pedro do Atacama mas não está.

A região do Deserto do Atacama é muito grande. O Deserto floresce perto da cidade de Copiapó. 

Período para ver o Deserto Florido

Geralmente, entre princípio de agosto até meados de outubro, mas é imprevisível.

É um fenômeno que não acontece todos os anos, em 2015, por exemplo, não nasceram flores no Deserto.

E segundo o nosso guia Claudio, essa é a maior floração dos últimos 20 anos. Eu e a Bárbara tivemos o privilégio de ver essa beleza de perto. É algo realmente inacreditável. Um sonho realizado.

Como acontece o fenômeno 

Como já disse, o ano de 2017 foi atípico. Choveu mais e a floração foi a maior dos últimos anos.

Para as flores nascerem nessa região, são necessárias algumas condições especiais: umidade perfeita, milímetros de água de chuva ideais e a chamada camanchaca, que é um tipo de neblina costeira, dinâmica e espessa, que ocorre no litoral do Oceano Pacífico.

Além do grande responsável pela polinização que é o Caravajo, esse bichinho aí, uma espécie de besouro que sobe no caule, busca o pólen e enterra a semente  que pode estar de 25 a 30 anos enterrada até germinar e florescer. 

Como chegar?

Como já contei nesse post, o aeroporto mais próximo é o do Deserto de Atacama, que fica em Caldera e a 50 km de Copiapó, não é do de Calama, como todos pensam.

E, para surpresa de todos e a minha também, Copiapó está a 700 quilômetros de distância de San Pedro do Atacama – onde está o deserto que todos visitam.

Você tem a opção de chegar no aeroporto e alugar um carro para fazer o trajeto.

O ideal é procurar a loja da Sernatur, que está na praça principal de Copiapó para busca de informações e não cair em furadas.

Eu e a Bárbara pesquisamos várias agências e optamos por contratar um tour exclusivo. Queríamos fazer tudo no nosso tempo, já sabíamos que iríamos tirar milhões de fotos. E não nos arrependemos.  Contratamos o tour com uma pessoa que conhece muito bem a região e já fez esse trajeto mais de 15 vezes só nesse ano.

Quem nos levou para ver as flores do deserto foi o Claudio, um Santiaguino apaixonado pela região. 

Foram 400 quilômetros percorridos. Isso mesmo, não é só chegar em Copiapó e caminhar um pouco para ver as flores não.  A região do Deserto é enorme, as flores estão espalhadas em determinados locais e com o guia nós tivemos a oportunidade de ver espécies raras, em extinção. Já já vou contar os detalhes.

Como foi o nosso dia no Deserto Florido

O Caludio chegou no hotel às 9 horas da manhã, já estávamos na porta esperando com água, lanches, protetor solar, muita disposição e ansiedade. Assim que entramos no carro ele já nos explicou a rota que iríamos percorrer:  Ruta 5,  Camino Totoral, Parque Nacional Llanos de Challe, Ruta Costera, Carrizal Bajo, Playa Blanca, Huasco, Vallenar.  400 quilômetros de estrada pela frente. E lá fomos nós, felizes da vida! E a Bárbara me falou: – Rosi, acho que vou me emocionar ao ver a primeira florzinha.

Começamos nosso trajeto e a única paisagem que víamos era terra seca, mal podíamos acreditar que flores poderiam brotar nesse solo. Depois de cerca de 40 quilômetros, nossa primeira parada – Ruta 5, as flores já davam o ar da graça.  Nós duas descemos correndo do carro para apreciar tamanha beleza e delicadeza. O guia Claudio nos falou que aquilo ainda não era nada. 

Seguimos caminho e a paisagem foi ficando cada vez mais colorida. Eu e a Bárbara não cansávamos  de comentar e mostrar o que víamos uma para a outra. A próxima parada foi em Totoral – uma cidadezinha de umas 50 casas e uma rua, mas não vimos ninguém na cidade. A igreja estava aberta, paramos para conhecer: é a terceira mais antiga da região. Parecia uma cidade fantasma. Procuramos por um banheiro mas sem sucesso. Viajar para o Deserto é isso, fazer xixi no mato faz parte, levar lanches e água, nada para comprar em lugar nenhum.

Pegamos a Ruta Costera, mas ainda em Totoral, paramos para ver uma preciosidade: a Garra de León – única no mundo e só floresce nessa região do Deserto, uma maravilha que está em extinção, então, é tratada com muito carinho pelo povo da região. Tinha uma senhora nesse local que nos contava com orgulho sobre essa flor especial. E reparem a perfeição dela. Ela existe nas cores vermelha e amarela, porém, nós só vimos a vermelha.

Esse é o local onde concentra a maior variedade e diversidade de flores de todo o Deserto. São mais de 200 espécies de flores. Vou aproveitar para mostrar algumas que vimos:

 

Continuamos nossa rota e de longe já avistamos o mar. Meu Deus! Que coisa mais linda, paramos de novo para mais fotos com o mar no fundo.

Seguimos caminho e nossa próxima parada foi em Carrizal Bajo, um povoado muito pequeno com alguns barcos e poucos pescadores. Também tive a sensação de cidade abandonada. 

Pegamos o Ruta Costera de novo e seguimos o caminho com a presença do mar ao nosso lado o tempo todo. Olha de um lado e cordilheira e de outro o mar, coisa mais linda do mundo. Depois de mais alguns quilômetro percorridos chegamos no Parque Nacional Llanos de Challe, onde está a linda Playa Blanca. E até na areia branca havia flores.

O Parque tem camping e vimos algumas poucas barracas. Segundo o guia Claudio, no verão o Parque fica lotado e o lugar é maravilhoso à noite, vista linda das estrelas.

Quanta coisa linda em um mesmo dia, quanta paisagem diferente nossos olhos estavam vendo. Continuamos e chegamos então em Husco – uma cidade produtora de azeites. Ali o verde já era mais intenso, é uma das últimas cidades do Deserto por isso o verde era mais predominante. Paramos no pequeno porto da cidade para tirar fotos.

Dali pegamos o caminho de volta para Copiapó, mas não era o mesmo caminho que viemos. Fomos para Vallenar e depois Ruta 5 até Copiapó. Nesse trajeto ainda vimos muitos flores e paramos para mais fotos.

Quase chegando em Copiapó o Claudio nos elogiou. Ele nos disse que todos voltam dormindo e que depois de mais de 10 horas de passeio a gente continuava conversando e comentando sobre as flores. 

Foi um passeio realmente incrível, conhecemos uma região do Deserto que não imaginávamos. Chão seco, cidades fantasmas, mar, areia branca, cidades verdes e muitas flores. Foi muito emoção para um dia só. O inacreditável realmente acontece nessa região do Deserto do Atacama.

Dicas importantes:

– Levar água e lanches;

– É imprescindível o uso de protetor solar

– Roupas leves e confortáveis. Um casaco mais pesado para o frio, passamos por algumas regiões com muito vento e temperaturas de 8º;

Confesso que fiquei muito feliz em fazer essa viagem com minha amiga Bárbara.

Não sei se meu marido e filhos teriam a paciência de percorrer 400 quilômetros vendo flores.

Você pode fazer um passeio mais curto e também ver flores, nós optamos pelo passeio mais completo e vimos mais variedades de flores.

Leia aqui o post do nosso primeiro dia que conhecemos a Bahia Inglesa.

Mais informações sobre o Deserto Florido:

Fizemos o passeio com a agência Casther.

Meu contato foi com o  o Emilio +56 9 9645 64 04. Ele me deu um desconto nesse tour e em troca estou divulgando o contato dele aqui.

Agora me conta: você podia imaginar flores no deserto?

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