No post de hoje eu te convido para uma viagem ao Sul do Chile – região da Araucanía que ainda é pouco explorada, lugar ideal para curtir a natureza, comer bem e conhecer a cultura dos Mapuches. A Araucanía é a porta de entrada do Sul do Chile, onde  tem cultura e história e onde também é possível ver lagos, vulcões, rios, bosques e muito mais. Então, vem comigo!

Curiosidade: nessa região tem seis vulcões ativos.

Foram quatro dias de viagem, saindo de Santiago num voo até o aeroporto de Temuco. Chegando em Temuco, de dentro do avião já é possível avistar os vulcões cobertos de neve. Fiz essa viagem no início de outubro – primavera, temperatura bem agradável, mas no Sul os agasalhos são sempre necessários, até mesmo no verão.

Dia 1 – A pequena Itália no Chile

Desembarcamos em Temuco bem cedinho, nem tinha comércio aberto ainda. Enquanto esperávamos para tomar o café da manhã na Confetería Central aproveitamos para conhecer a praça central da cidade. Como em todo Chile, Temuco também tem uma Plaza de Armas, com o monumento da Araucanía.

Depois do desayuno pegamos estrado sentido a Lumaco, onde conhecemos uma pequena Itália no Chile. Foram duas horas de estrada, mas valeu muito a pena, a cidade é um encanto, a sensação que eu tive foi de que havia voltado ao passado. Casas de madeiras, todas muito coloridas, cantinas em todas as esquinas e até uma bodega de maturação de presuntos.

Almoçamos em um restaurante que é também uma fábrica de massas e tivemos a oportunidade de provar pequenas porções de todos os pratos que são oferecidos pela casa, e realmente cada um melhor que o outro. Muita gente da região viaja por 2 horas só para comer nessa casa de massa denominada Anita Covili.

Dali partimos para uma outra cidadezinha chamada Purén – um povoado que teve importância estratégica na época da conquista espanhola. Nesse local conhecemos o             Fuerte de Purén e o  Museo Mapuche. Finalizamos o dia na cidade de Angol.

Dia 2 – Dia de praticar esporte. Trekking no Parque Nacional Nahuelbuta

Nem só de comida boa a gente passou esses  dias na Araucanía, teve caminhada pesada no Parque Nacional  Nahuelbuta. Esse parque fica principalmente entre as cidades de Angol e Purén. A grande característica do local  é a diversidade de fauna e o grande destaque da flora são as araucárias chilenas de mais de 2.000 anos.

Nós fizemos o percurso Piedra del Águila, são 4,5 quilômetros de trekking. Achei dificuldade média, alguns trechos com subida bastante íngreme e como era final de inverno pegamos várias partes com neve e muito barro, o que tornou o trajeto escorregadio. O que me fez seguir em frente foi a promessa que a vista lá do alto era perfeita.

Depois de mais ou menos duas horas e meia de caminhada chegamos finalmente em La Piedra del Águila. Realmente compensou a subida, a vista lá do alto é perfeita! Vulcões,  Araucárias e o Oceano Pacifico. Tinha muito vento, isso sim, mas parar um minutinho, sentar e sentir o lugar é necessário. Mesmo que eu queira aproveitar o máximo para fazer fotos e vídeo, afinal nunca sei se voltarei ao lugar, eu tenho o meu momento de reflexão e agradecimento de poder viver e conhecer tantos lugares especiais no Chile.

Depois de um tempo apreciando a vista, foi hora de voltar. Como diz o ditado: para descer todo santo ajuda e ajuda mesmo. Foi bem rápida a descida. O percurso todo durou cerca de 5 horas, pois fomos parando para tomar água e escutar as explicações  do guia sobre o lugar.

Curiosidade: a região de Nahuelbuta acaba de ser eleita como um dos 100 destinos verdes de 2021 do mundo pela organização Holandesa Green Destinations.

Finalizamos o trekking mortos de fome. Hora de comer e pegar o transfer para o nosso próximo destino – Nehuentúe – Cautín.

 Dia 3 – Cultura Mapuche e um lago de água salgada

 Amanhecemos na província de Cautín, na costa da Araucanía. Já começo o relato desse dia deixando uma dica maravilhosa. Nos hospedamos no Lodge Puerto Koupo, que é de um pequeno empreendedor que está investindo na região para atrair mais turistas. O local tem uma vista privilegiada para os rios Monkul e Imperial, além de  dunas e mar. Um lugar para quem está buscando tranquilidade e aconchego.

Depois de um reforçado café da manhã, fomos visitar uma comunidade Mapuche. Quem nos recebeu com uma bebida típica do seu povoado foi o empreendedor turístico Carlos Díaz. Ele nos contou um pouco da história dos Mapuches e mostrou que está resgatando a cultura através dos wampos, que são canoas ou embarcações que são símbolos do povo Mapuche e que foram o principal meio de transporte dos habitantes dessa região até o século XX.

Ele contou também que todo dia 9 de fevereiro tem uma competição da Wampo, que é uma festa na localidade com barracas de comidas típicas. Essa competição é feita no Lago Budi, que é de água salgada. O lago se formou por causa dos terremotos e maremotos ocorridos na região, o que formou o lago com a água do mar.

Aproveitamos também para percorrer Puerto Saavedra que antes do terremoto de 1960 era o principal porto do Sul do Chile, passeamos pelo Mirador Cerro Maule que tem uma vista perfeita para o Oceano Pacífico e então era hora de pegar o transfer e voltar para Temuco – a cidade que desembarcamos no primeiro dia.

 

Curiosidade: 15% dos vulcões do planeta estão no Chile, são cerca de 2.000 vulcões no país e cerca de 100 estão ativos.

Dia 4 : A cidade de Temuco

Sempre tive curiosidade de conhecer Temuco. Fica ao lado de Pucón, onde tem o aeroporto da região. Vou te falar que eu me surpreendi, pois sempre escutei que Temuco não tinha nada pra fazer, mas tem sim.

Como chegamos à noite, aproveitamos para conhecer a badalada Calle Alemana, onde está concentrado o maior número de bares e restaurantes da cidade, por ali também tem muitas universidades, então o agito é garantido.

No dia seguinte e último dia da viagem fomos conhecer o Monumento Natural Cerro Ñielol que fica no meio da cidade. Começamos a caminhar pelo cerro e em menos de cinco minutos tive a impressão de que estava fora da cidade. O silêncio e a paz tomam conta do lugar. O ruído das buzinas dá lugar ao canto dos pássaros.  Subimos um pouco e chegamos em um mirante que tem uma vista bem bonita para a cidade.

Chegamos até Las Pataguas, um lugar que segundo a história é onde foi decretada a pacificação da Araucanía no ano de 1881. Esse Cerro tem uma representação muito importante para os Mapuches, assim como o monumento de madeira chamado Chimamull, que representa os espíritos desse povo. Caminhamos um pouco mais pelo Cerro e descemos para um almoço na cidade.

Depois foi hora de visitar o Museu Nacional Ferroviário Pablo Neruda que foi declarado Monumento Nacional e mais uma surpresa boa de Temuco, o museu me surpreendeu muito pela estrutura e conservação das máquinas.

 Curiosidade: Vulcões da região: Sierra Nevada, Lonquimay, llaima, Tolhuaca,

Em resumo

Comi muita comida chilena, até coisa que eu nunca havia provado, como doce de murta e os locos.

Percorri o parque nacional que tem vistas lindíssimas.

Conversei com pequenos empreendedores que estão batalhando pela volta do turismo.

Aprendi mais sobre o país que vivo há 7 anos.

Descobri que no Chile tem um lago de água salgada e que ele é único na América Latina.

Voltei para Santiago com vontade de ler e aprender mais sobre os Mapuches.

Depois da visita ao museu Ferroviário, foi hora de ir para o aeroporto e retornar para Santiago com muitas fotos, vídeos e aprendizado. Já estava doida para contar tudo isso e mostrar um Chile ainda pouco explorado por turistas brasileiros.

Dicas importante para essa viagem:

Use roupas e sapatos confortáveis, de preferência, apropriados para trekking.

Não se esqueça do protetor solar e labial.

Leve agasalhos.

Ande sempre com uma garrafa de água.

Contratar um guia: deixo o contato do Alex – 56 9 84860966 –  Info@connect-chili.com

 Fiz a viagem com outros influenciados, jornalistas e fotógrafos a convite da Chile es Tuyo e Sernatur e o texto representa a minha opinião.