Expedição Sul do Chile:
Foram 9 dias de expedição,
209 horas,
mais de 3 mil quilômetros rodados,
2 países,
9 cidades,
4 hotéis,
paisagens surpreendentes, muito aprendizado e também alguns perrengues.
Enfrentamos calor, frio, chuva, sol …
Se valeu a pena? Muito! E você vai saber de todos os detalhes neste e nos próximos posts sobre a Expedição Sul do Chile.
Aproveitamos as férias de janeiro e o verão para programar a expedição. Em geral, fevereiro é um mês complicado de viajar pelo Chile porque é a época que todos os chilenos viajam e fica tudo muito cheio e mais caro.
Inicialmente, nossa primeira ideia era a Patagônia. No entanto, depois de fazer as contas, percebemos que esse destino vai ter que esperar um pouco mais, pois o valor ficou acima do que planejávamos gastar.
Aliás, decidimos viajar para o sul e de carro, o que tornou a viagem mais barata.
Esse é o primeiro post da nossa Expedição Sul do Chile – Lagos Andinos, formada por mim, meu marido Flávio, meus filhos Arthur e Yasmim e minha sobrinha Laura, que veio para o Chile passar uns dias com a gente.
Para começar, vou contar o nosso roteiro. A ideia é mostrar o nosso diário de viagem primeiro, logo, para não ficar muito grande, vou detalhar a programação que fizemos em cada cidade em outros posts.
Então, no final, você terá um mapa com os detalhes do nosso trajeto.
Expedição Sul do Chile – Lagos Andinos
Partimos de Santiago às 5 horas da manhã, numa sexta-feira, em direção a Pucón.
São cerca de 800 quilômetros de Santiago a Pucón e nossa intenção era fazer a viagem em 9 horas.
No caminho, paramos para tomar café da manhã e abastecer. A estrada é boa, tranquila, quase uma reta.
Vale comentar que as rodovias do Chile são privatizadas e têm cobrança de pedágio. Inclusive, pagamos mais de 10 pedágios neste trecho. Vou deixar os valores no final do post.
Leia também: Como é dirigir nas estradas do Chile.
Roteiro pelo Sul do Chile: Lagos Andinos
Dia 1: Pucón e Villarrica
1º dia:
Chegamos em Villarrica, cidade vizinha a Pucón – e que tem o vulcão com o mesmo nome – por volta das 14 horas.
Para quem não sabe, o vulcão Villarrica é um dos mais ativos do Chile e teve a sua última erupção em 2015.
Então, chegar à cidade e dar de cara com essa vista é realmente algo de tirar o fôlego.
Aproveitamos para fazer uma pequena caminhada em volta do lago, tirar muitas fotos e pegamos a estrada para Pucón.
Apesar de já termos visitado a cidade no inverno, sempre tivemos vontade de ir também no verão para ver o vulcão desse jeito. Os relatos podem ser lidos aqui.
Além disso, tivemos muita sorte, pois pegamos dias lindos, com sol, um céu azul inacreditável e o vulcão Villarrica todo imponente e branquinho de neve. Enfim, um espetáculo da natureza.
Perrengue no Chile
Infelizmente, perdemos mais de meio dia em Pucón por causa de um perrengue que passamos.
Eu havia reservado um hostel bem lindinho e muito bem localizado. Fiz a reserva por telefone com a própria dona, com previsão de pagamento na chegada.
Chegamos por volta das 15 horas e a ideia era deixar as malas e sair para a programação da tarde, mas… a simpática senhora tinha feito a nossa reserva para o dia 19 e não dia 18, como eu pedi.
Ou seja, não tinha quarto pra gente, logo, perdemos o resto do dia batendo de porta em porta em busca de outro lugar.
Aprendizado: nunca faça reserva por telefone, sempre confirme por e-mail.
Enfim, depois do problema resolvido, fomos curtir a cidade. Os detalhes do que fizemos estará em outro post.
O interessante de viajar para Pucón no verão é que você pode curtir “praia”. Na verdade, o Lago Villarrica, que os chilenos utilizam como praia.
A curiosidade é que a areia é escura por causa do vulcão.
Onde ficar em Pucón:
Por fim, acabamos ficando no Hostel Lucky’s que atendeu bem nossas necessidades, com café da manhã incluído e perto de tudo, a mais ou menos uns 7 minutos a pé do centro.
Até que foi até bastante interessante, já que quando fomos tomar nosso desayuno, encontramos um brasileiro que estava viajando sozinho e que tinha lido muito o blog.
Fiquei super feliz! Mas, na correria, não perguntei o nome.
Hotéis que recomendamos em Pucón:
Dias 2, 3, 4 e 5: Puerto Varas, Frutillar e Puerto Octay
2º dia:
Já em nosso segundo dia de Expedição Sul do Chile, sábado a tarde, pegamos a estrada para Puerto Varas.
São cerca de 320 quilômetros de uma cidade para outra, mas a estrada também era muito boa e bonita.
Portanto, foi agradável dirigir assim.
Chegamos em Puerto Varas e também fomos surpreendidos pela grandeza e pela beleza do vulcão Osorno, o mais imponente em comparação aos outros vulcões que também podem ser vistos da cidade: o Pontiagudo e o Calbuco.
Para nós, brasileiros, que só conhecemos vulcões através dos livros de geografia, é realmente surpreendente.
Vocês não acreditam como fiquei ao chegar. Tinha muitas expectativas de conhecer Puerto Varas e, ao me deparar com o cenário do vulcão Osorno e do lago Llanquihue todo azul, fiquei realmente muito emocionada. Quase chorei.
Depois do perrengue do hotel em Pucón, ficamos encantados com o apart hotel que escolhemos em Puerto Varas. Afinal de contas, com uma vista perfeita para o lago e para o vulcão, meu quarto tinha duas janelas enormes e eu mal podia acreditar naquela vista.
Assim, feliz da vida com nosso cantinho onde passaríamos 4 dias, saímos para fazer umas comprinhas, já que era um apart hotel com dois quartos e cozinha, sem opção de café da manhã.
E nesse dia, o pôr do sol foi um espetáculo. Meu coração já estava derretido por Puerto Varas e fiquei me perguntando: por que demorei tanto tempo para conhecer?
Afinal, a região dos Lagos Andinos é realmente encantadora.
3º dia:
No terceiro dia, domingo, fizemos passeios para o vulcão Osorno, Saltos de Petrohué e lago Todos Los Santos.
4º dia:
O quarto dia, segunda- feira, foi dedicado às cidades de Frutillar e Puerto Octay com direito a casa de chá de lavandas na volta.
Nesse dia, fomos ao aeroporto de Puerto Montt para buscar o Arthur que fez o trecho Santiago – Puerto Montt de avião e se juntou à expedição.
5º dia:
O quinto dia de viagem, uma terça-feira, foi o melhor passeio para os filhos e para a sobrinha. Isso porque fizemos um rafting no lago Petrohué. Que delícia!
Em resumo, foi uma aventura e tanto. Detalhes no próximo post.
Nossa hospedagem em Puerto Varas foi no apart hotel Kintumay.
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Hotéis que recomendamos em Puerto Varas:
Hotel grande, com linda apresentação, restaurante, bar e espaço com piscina aquecida, banheira de hidromassagem e spa.
Como está localizado no alto, os quartos da parte de trás possuem uma vista privilegiada para o lago e os vulcões Osorno e Calbuco.
Não tem vista para o lago, por isso costuma ter uma tarifa melhor. Até conversei com um casal de brasileiros que estava hospedado lá e estavam bastante satisfeitos com o atendimento e comodidade.
Dias 6, 7 e 8: Bariloche e Angostura – Argentina
6º dia:
No sexto dia, quarta-feira, arrumamos as malas, colocamos tudo no carro e partimos em direção à Argentina.
Desde o começo da expedição, nos surgiu a dúvida se era melhor conhecer Chiloé ou Bariloche, já que não daria para conhecer os dois lugares.
Após colocarmos em votação, os adolescentes preferiram Bariloche. Ou seja, já tenho motivos para voltar ao sul do Chile.
Resumindo: Chiloé ficou para a próxima vez e já sei que um bate e volta é pouco, logo, vou ter que ir para me hospedar.
Agora é hora de cruzar a fronteira e mudar de país, fazendo a travessia de Puerto Varas para Bariloche. Também tem um outro post explicando todos os detalhes dessa travessia e a documentação necessária.
De Puerto Varas até Bariloche são cerca de 300 quilômetros, parte deles dentro do Parque Nacional Puyehue. O tempo que se gasta depende do período de espera para fazer os trâmites nas duas fronteiras.
Nós, por exemplo, demoramos cerca de uma hora em cada: foi um dia tranquilo e sem filas.
Depois de passarmos pelas fronteiras chilena e argentina, pegamos caminho para Bariloche.
Detalhe:
A estrada é lindíssima. Pelo que pude perceber, é bem complicado fazer essa travessia no inverno, já que existe a possibilidade de fechamento da estrada devido à quantidade de neve. Ou seja, mais um motivo para fazer essa viagem no verão.
Às vezes, me sentia num filme durante o percurso. Passamos pela cidade de Villa La Angostura, mas não paramos e ficou combinado de pararmos na volta.
Essa cidade também é famosa pelos centros de esqui. Ela fica localizada às margens do lago Nahuel Huapi e seus hotéis requintados ficam cheios no inverno.
De Villa La Angustura até Bariloche são mais 80 quilômetros de estrada por dentro do Parque Nacional Nahuel Huapi. Durante o trecho, sempre nos deparávamos com a água azul do lago.
Por fim, quando, chegamos em Bariloche também tivemos uma grata surpresa com nosso hotel: de frente para o lago e com janelões para apreciar a beleza do lugar. Dava vontade de ficar no quarto.
Chegamos em Bariloche por volta de 5 horas da tarde. Em seguida, tomamos um banho e saímos para jantar.
7º dia:
A programação do nosso sétimo dia, quinta-feira, foi o Circuito Chico. Os detalhes estarão em outro post.
Ficamos apenas 2 dias em Bariloche e ficou com gostinho de “quero mais”. Já queremos voltar!
Aqui também rolou perrengue, já que estávamos um pouco mais cansados e, na hora de comer, cada um queria ir para um restaurante diferente.
Nesse dia, não conseguimos entrar num acordo e rolou um estresse. Viajar em família é assim mesmo! Afinal, quem nunca passou por isso?
Nossa hospedagem em Bariloche foi perfeita, Aguila Mora Suites & Spa by Don. Clique aqui para fazer um orçamento com desconto pelo Booking.
Dias 8 e 9: Valdivia e Niebla e volta pra casa
8º dia:
No oitavo dia de viagem da nossa expedição para o Sul do Chile, uma sexta-feira, já era hora de pegar estrada de volta pra casa.
De Bariloche até Santiago, são quase 1.200 quilômetros. Decidimos que não faríamos o percurso todo de uma vez e faríamos uma parada.
A decisão foi por parar na cidade de Valdivia, que está na região dos rios e é banhada por três deles: Cale Cale, Cruces e Valdivia.
Colonizada por alemães, Valdivia é famosa pelas cervejas artesanais.
A propósito, aqui está a Kunstamann, uma das cervejas artesanais mais famosas do Chile.
Como chegamos no final da tarde , não deu tempo de fazer muita coisa. Mas, nossa intenção era mesmo descansar antes de pegar estrada para Santiago. Logo, o nosso oitavo dia de viagem foi a conta de sair para jantar e dormir.
Porém, no último dia, antes de ir embora, ainda conseguimos visitar a cidade litorânea de Niebla, vizinha de Valdivia.
9º dia:
Nono dia da viagem, sábado, hora de voltar pra casa. Saímos de Niebla por volta das 13 horas, cerca de 870 quilômetros até Santiago.
Esse foi o trecho mais longo que percorremos num só dia. E todos estavam doidos para chegar em casa.
Por mim, eu ficaria em Santa Cruz, no Valle de Colchagua, porém, fui voto vencido e fomos direto pra casa.
Chegamos em casa às 10 horas da noite. Exaustos e felizes! Foi uma viagem muito agradável, mesmo com os perrengues.
Em resumo: paisagens lindas e inesquecíveis. Vale muito a experiência.
Nossa hospedagem em Valdivia:
Hotel Puerta del Sur, o hotel é antigo e necessita uma reforma, mas atendeu nossa demanda.
Expedição Sul do Chile: informações importantes:
- Melhor época para essa viagem:
Eu indico o verão, entre dezembro e março, para não sofrer com as chuvas e o frio.
Só evite o mês de fevereiro, pois são as férias de verão dos chilenos e muitos fazem essa rota. Além disso, já escutei histórias de quem viajou no inverno e não conseguiu ver o vulcão, de tão nublado que estava. Imagina a decepção! E eu acredito, pois já aconteceu isso com a gente numa viagem que fizemos para Pucón no mês de agosto.
- O que levar:
Mesmo no verão é muito importante levar agasalhos, pois chegamos a pegar 5 graus no passeio para o Vulcão Osorno, em Puerto Varas.
Além disso, roupas de banho também são imprescindíveis para quem vai visitar termas ou curtir praias.
- O que comer:
Aproveite para provar os famosos kuchen de Frutillar.
- O que achei mais curioso:
O sul do Chile foi colonizado por alemães. Na época, cada família recebeu 150 hectares de terra. Por isso, é possível notar a influência na culinária e na arquitetura. Puerto Varas, por exemplo, tem colégios e restaurantes alemães.
Atualmente, a atividade econômica mais importante da região sul do Chile é a indústria de criação de salmão, seguida pela indústria de leite e derivados.
- A emoção mais forte que senti:
Descendo as águas do lago Petrohué durante o rafting. Ahhh! Mas também me arrepiei quando avistei o vulcão Osorno na chegada em Puerto Varas.
Quanto custou nossos 9 dias de Expedição:
Custo total em Real: R$ 11.776 (conversão feita com a taxa de câmbio a $ 185).
Lembrando que foram 9 dias de viagem e dois países, mas esse roteiro pode ser facilmente adaptável.
Clica aqui para ler a continuidade dessa nossa Expedição para o Sul do Chile.