Em 2019, resolvi visitar novamente a Santa Carolina. Quando a visitei a primeira vez, ela tinha acabado de ser reaberta após um período de obras ( leia o relato da minha primeira visita no final do post). Mas como gosto de atualizar os posts, resolvi voltar para conferir as novidades.
Quem leu meu post anterior, sabe que esta vinícola é tradicional, uma das mais antigas do país. Ela foi fundada em 1875 por Don Luis Pereira, sendo, então, uma das mas antigas e a terceira maior do país. Precursor, Don Luis viajou para a Europa e voltou para o Chile com cinco enólogos para renovar e melhorar o processo de produção. Seu vinhedos se espalharam pelo Chile como nos Valles del Maipo, de Leyda, de Rapel, del Maule e de Itata.
A localização do casarão patrimonial fica localizado em Macul, pertinho de Santiago. É neste lugar onde são feitos os tours que custam $ 14.000 por pessoa.
Ainda que não se possa apreciar os vinhedos, a visitação tem vários toques especiais. O primeiro, na parte externa, é poder admirar uma imponente palmeira imperial espanhola que sobreviveu a cinco grandes terremotos. O segundo deles é ser recebido no interior do casarão com a primeira degustação do dia: um Sauvignon Blanc – Estrella de Oro (safra 2018). Outro detalhe é a adega subterrânea, construída através da técnica de cal y canto e que foi declarada monumento nacional do Chile em março de 1973. Além da adega subterrânea, há uma outra na superfície, onde foi nossa segunda degustação, um Petit Verdot Gran Reserva – 2014.
A vinícola produz quatro linas de produtos: Reserva, Gran Reserva, Premium e Icone. Um destaque importante é que, em 1889, um dos vinhos da linha Reserva já havia sido reconhecido internacionalmente em uma exposição internacional em Paris, tendo sido o primeiro vinho chileno a receber esta honraria. Atualmente, de toda a produção, 95% é exportada e o Brasil é o terceiro país consumidor da vinícola. O vinho premiado é produzido até hoje.
A produção dos vinhos segue até hoje a tradição de seu fundador. O Cabernet Sauvignon 2016, por exemplo, permanece quatorze meses em barril de carvalho francês e seis meses em garrafa. E a nossa última degustação foi justamente este vinho, em um lugar especialíssimo: a adega privada de Don Luis.
Ao final, o visitante ganha uma garrafa de vinho de 350 ml e pode degustá-la ali mesmo adquirindo uma tábua de frios a $ 19.900. É uma boa maneira de terminar o passeio e aproveitar o astral do lugar.
Observei que durante o período entre a minha primeira visita e esta, o tour foi aperfeiçoado, está mais agradável, as pessoas ficam mais à vontade, podem permanecer degustando o vinho enquanto continuam o tour. A loja também oferece degustação por taça. E o mais importante: não perdeu sua essência de apresentar a história dessa vinícola tão tradicional.
Relato da primeira primeira visita em 2015
Maridão trabalhando, filhos no colégio e já cansados de visitar vinícolas. Cá entre nós, para as crianças e adolescentes, este não é um passeio muito atrativo, mas, das que já visitamos, eles gostaram da Casas del Bosque, da Viu Manent e da Emiliana. A primeira porque foi a oportunidade de passarmos um dia em família, a segunda pelo passeio de charrete bem diferente e a terceira porque fizemos um piquenique.
Sendo assim, lá fui eu conhecer a Santa Carolina. Adoro conhecer vinícolas!
Sempre me perguntei por que esta vinícola não é tão divulgada, já que é uma das cinco maiores do Chile e os vinhos são bem apreciados pelos brasileiros. Descobri, então, que ela estava fechada para reforma devido aos abalos sofridos pelo terremoto de 2010 e só reabriu para tours em março 2015 para comemorar seus 140 anos.
Declarada Monumento Histórico do Chile em 1973, a Santa Carolina representa parte da história e das belezas naturais do país. Fica localizada na região de Maipo, muito perto de Santiago, e dá para ir de metrô. Levei menos de quarenta minutos para chegar, pagando apenas uma passagem de metrô de no valor de $ 720 (R$ 3,80). Muito fácil e rápido de chegar por conta.
O tour foi acompanhado pela guia Andrea, uma chilena muito simpática e com o português perfeito, e começou em um lindo jardim. Nele, tivemos o privilégio de admirar o copihue, a flor que é um símbolo nacional chileno e que, infelizmente, está em extinção. Como era um dia de primavera, as flores e as cores davam um toque especial ao local.
Em seguida, entramos na Casona Colonial, onde degustamos o primeiro vinho: um Sauvignon Blanc, da linha Specialties. Servido gelado e ideal para um dia de sol, como no dia da visita. Hummm! Delicioso. Fiquei surpresa!
Depois, passamos para as adegas da superfície, um lugar lindo onde se realizam as maiores e melhores festas do Chile, principalmente de casamentos. Sim! A vinícola é o maior centro de eventos do país. Eu, como organizadora de eventos, já fiquei ali com mil e uma ideias na cabeça. E aí degustamos o segundo vinho – um gran reserva Petit Verdot, que eu ainda não conhecia. A Santa Carolina foi a primeira vinícola chilena a produzir um vinho 100% desta uva.
Descemos então para a cava subterrânea, onde o quadro do prêmio recebido pela linha Reserva de Família, lançada em 1889 no evento de inauguração da Torre Eiffel, está em exposição. E passamos a degustar o terceiro vinho – Carménère – Reserva de Família, também muito bom.
Enfim, foram três vinhos deliciosos que são apresentados e degustados durante o percurso do tour. Algo bem descontraído e que você pode seguir caminhando com sua taça. A cada degustação uma taça limpa. O tour termina na loja, onde os preços são bem atrativos e tem vários vinhos que não vendem no Brasil.
Vantagens
Tour super agradável. Poucos turistas (éramos apenas 5), o que tornou o ambiente mais intimista, descontraído e menos formal. Você ganha de presente uma garrafa de 375 ml do Cabernet Sauvignon – Reserva 2013. Adorei!
Desvantagens
A propriedade não tem plantação de uvas, então não é possível apreciar as parreiras. Os vinhedos estão espalhados por vários vales chilenos e também um argentino, em Mendoza.
Informações:
- Horários dos tours: de segunda a sexta, às 10h, 11h30, 15h e 16h30. Domingo: 12 horas
- Valor: $ 14.000 por pessoa
- Duração: aproximadamente 1 hora.
- Reservas pelo e-mail: [email protected].
- O pagamento pode ser feito no mesmo dia da visita, em dólares, pesos chilenos, ou cartão.
- Endereço: Rua Til Til, nº 2228 – Macul, Santiago, próximo a estação do metrô Rodrigo de Araya (linha 5)
Como chegar: Pegar o metrô, linha 1 – vermelha, até a estação Baquedano. Nessa estação, trocar para a linha 5 – verde, em sentido a Vicente Valdés e descer na estação Rodrigo de Araya. Da estação até a vinícola são oitocento metros de caminhada. O trajeto é feio, mas não perigoso. É uma região de empresas. Não compensa pegar táxi, é muito perto.
ATENÇÃO: a hora do rush do metrô ocorre de segunda a sexta-feira, das 7 às 9 horas e das 18 às 20 horas. Além de estarem mais cheios, os trens não param em todas as estações, mas sim naquelas em que corresponderem às cores da estação e do trem. O trem com a luz vermelha só para na estação de mesma. O mesmo acontece com o de luz verde. Então, você vai precisar pegar o metrô que tem uma luzinha verde na parte superior da porta, porque a estação que você vai descer é verde. As cores de cada estação podem ser verificadas nos painéis de embarque.
Visitar a Santa Carolina realmente é uma boa opção para quem está com pouco tempo e quer conhecer uma vinícola pertinho de Santiago. O meu tour era às 10 horas e às 12 horas eu já estava de volta, muito rápido. É uma boa experiência, além do lugar ser bem lindinho. Fica a dica!
Texto revisado por Bárbara Mussili, criadora do blog Refúgio Ameno
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23 comentários
[…] tem a Santa Carolina, que é muito perto e muito fácil de chegar utilizando apenas o […]
[…] Vinícola Santa Carolina – Pegar a linha 1 (vermelha), até a estação Baquedano, depois trocar para a linha 5 (verde) e descer na estação Rodrigo de Araya. Da estação até a vinícola são 800 metros de caminhada, o caminho é feio, mas não é perigoso. É uma região de empresas e não compensa pegar táxi porque é muito perto. Veja o post da vinícola aqui. […]
Olá Rosi! Estive no chile na última semana e fiz o tour da vinícola Santa carolina. Fiz a reserva do tour pelo site e fui até a vinícola de metrô e foi tudo muito tranquilo e fácil! Na estação de metrô a segurança me indicou a direção da vinícola e foram alguns minutos de caminhada por um local tranquilo e seguro. A gabi nos recebeu no tour que foi todo feito em português e no final já na loja de vinhos quando estava pagando o tour me perguntou onde eu fiquei sabendo da vinícola e eu contei que foi pelo nós no chile e do lado havia um casal que na hora disse que também leram pelo seu blog. Ela até contou da vez que você fez o tour e anotava todas as informações e só no final contou que era de um blog kkkkk. Mas as informações foram muito acertadas o seu blog está de parabéns!
Oi Karine,
Que bom que gostou! Fiquei muito feliz com a sua mensagem.Obrigada pelo carinho!
Beijos e continue acompanhando o blog!
[…] E tem também a Santa Carolina, que é muito perto e muito fácil de chegar utilizando apensa o metrô. O post da Santa Carolina explicando como chegar está aqui. […]
Estou indo para o Chile em Maio, comemorar os 15 anos da minha irmã, tem algum lugar especial que você possa me indicar? Outra coisa que estou na dúvida é como pagar o hotel, pensei em alugar um apto pela airbnb não sei se eu pagando aqui pelo site em real será equivalente ao mesmo peso dai, sabe me informar?
Olá, com base nas informações do blog fomos hoje conhecer esta vinícola e gostamos muito! Fizemos a reserva por e-mail em português e fomos rapidamente respondidos. A guia também falava português. Amanhã pretendemos ir à Undurraga. Obrigada pelas dicas.
[…] os brasileiros querem conhecer. Mas tem outras, como a Santa Rita, a Undurraga, a Cousiño Macul, a Santa Carolina, todas pertinho de […]
[…] Vinícola Santa Carolina: pegar a linha 1 – vermelha, até a estação Baquedano. Em Baquedano troca para a linha 5 – verde, em sentido a Vicente Valdez e desce na estação Rodrigo de Araya. Da estação até a vinícola são 800 metros de caminhada, o caminho é feio, mas não é perigoso. É uma região de empresas. Não compensa pegar taxi, é muito perto. Veja o post da vinícola aqui. […]
[…] Y Toro, undurraga, Casa Silva, Cousino Macul, Casas del Bosque e Emiliana, El Principal, Santa Carolina, Matetic, Viu Manent (clique em cada uma para acessar o post da nossa visita). Visitar vinícolas […]
[…] já fizemos. As vinícolas mais próximas de Santiago são: Cousino Macul, Concha y Toro, e Santa Carolina – nessas é fácil chegar de metrô. As vinícolas Undurraga e Santa Rita também dá para […]
[…] Acesse aqui para ver o meu post sobre a Concha y Toro e Cousiño Macul aqui. Fomos nas duas utilizando o metrô. Tem também a Santa Carolina que é muito fácil de chegar de metrô, veja o post aqui. […]
[…] mais conhecida e cheia de brasileiros é a Concha y Toro. Tem também a Cousino Macul, e a Santa Carolina, ambas bem próximas à Santiago e fácil chegar por conta própria. Tem outras que são um pouco […]
Oi filha, parabéns pelos posts. Sou do Ceará e vou pra Santiago dia 23 de março agora é tenho algumas dúvidas. Como tá o clima? Que roupas levar nessa época? Como é o custo com alimentação? Vamos em 4 pessoas, vamos passar 5 dias com tudo já pago, flat, passagens, carro alugado e estamos estipulando R$1500 por pessoa, sei que é relativo, mas não temos besteira com lugares finos, queremos conhecer. Me ajuda
Rosi obrigado pela dica! Fizemos a visita e foi muito boa 🙂 – quando a Andrea nos perguntou como soubemos da visita citamos seu blog :D. Aliás de várias dicas que tu dá por aqui, utilizamos várias!! hehe
Oi Daniel.
Que bom que gostou. Eu também adorei e é super fácil de chegar né?
Abraço!
Que legal, nao conhecia essa. Pronta pra ir visitar no proximo ano. Muito obrigada pela dica.. 🙂
De nada Patricia!
É bem bonita e vale a visita. Pode colocar no roteiro.
Abraço!
Oi Rosi! Estou de viagem marcada para Santiago e adorei seu post sobre essa vinícola menorzinha! 🙂 Queria saber se eles te deixam levar a taça com a marca para casa… Vi em alguns posts de blogs que algumas vinícolas deixam, mas não sei essa… Queria levar um souvenir desse pra casa 🙂 Desde já muito obrigada!!
Oi Amanda,
Nessa vinícola não pode levar a taça, o brinde é a garrafinha de vinho. Mas lá tem uma lojinha com várias opções de souvenirs com bom preço.
Um abraço!
Prezada,
em primeiro lugar quero parabenizar pelo excelente blog. Organizado, bonito e vasto conteúdo.
Se puder me tire uma dúvida: como é o clima em Santiago o início de dezembro? Viajaremos eu e minha esposa nesse período e não sabemos que tipo de roupa levar.
Ola!!!
No início de dezembro o clima já estará mais quentinho, mas com noites e manhãs mais frias, então é sempre bom trazer agasalhos, não precisa ser pesados. Boa viagem!!!
Grande abraço!
Muito obrigado Rosi!