Patagônia chilena: roteiro de 4 dias na Carretera Austral

Quando se fala em Patagônia chilena, a primeira coisa que se vem à cabeça é Torres del Paine.

Contudo, a região vai muito além dessa reserva natural.

Acabei de voltar da Carretera Austral, onde passei quatro dias percorrendo a região.

Então, vou te contar todos os detalhes dessa viagem cheia de paisagens incríveis e ainda pouco exploradas – o que me deixou emocionada em diversos momentos.

Desafio, emoção, superação e agradecimento foram os sentimentos vividos durante essa viagem que fiz com o meu marido Flávio, a convite da agência Free Adventure.

Desde já, não percorremos toda a Carretera Austral, afinal  são 1.275 km de norte a sul, mas o que vimos foi o suficiente para querer voltar.

Nosso voo saindo de Santiago

Pegamos um avião saindo do aeroporto de Santiago com destino ao aeroporto de Balmaceda.

Voamos de Jetsmart com uma conexão na cidade de Temuco.

O percurso completo durou cerca de 4 horas, mas existem voos diretos que duram, em média, 2h20. A Latam e a Sky também oferecem passagens para este trecho.

Nossa hospedagem na Patagônia chilena

A nossa hospedagem foi em Coyhaique, cidade rodeada por montanhas e considerada refúgio para os amantes de atrações turísticas naturais.

Dali saímos todos os dias para os passeios de bate e volta.

Além de ser uma cidade pequena, com cerca de 40 mil habitantes, Coyhaique conta com uma boa estrutura de hospedagem.

Nos hospedamos no hotel Patagonia House, que fica a 10 minutos do Centro.

O hotel possui apenas 12 quartos espalhados por uma grande área verde e com linda vista para as montanhas.

Já os quartos são estilo chalés, bastante confortáveis, com cama king, chuveiro bom e quarto quentinho, pois a calefação funcionou perfeitamente.

O hotel também possui um restaurante, onde é servido o café da manhã, que me surpreendeu pela qualidade e variedade.

Ademais, oferece almoço e jantar, além de boas opções de vinhos – isso pra gente faz toda diferença.

Melhor época para viajar para a Patagônia chilena

Nós fomos em junho, ou seja, no início do inverno.

A temperatura variou entre -2o e 8oC.

Mas, uma das vantagens de viajar no inverno é que fica bem mais vazio e, para nós brasileiros que amamos neve, é o ideal.

Porém, há desvantagens também: alguns passeios fecham, entre eles, um dos mais procurados que é a navegação para ver o Glaciar San Rafael.

Aliás, já vou avisando que vou voltar para esse passeio.

Bem, no inverno, os dias de chuva são frequentes.

Já no verão, entre janeiro e março, é alta temporada e tudo fica cheio.

Logo, é importante reservar os passeios com muita antecedência, sobretudo em fevereiro, época de férias e que todos os chilenos viajam.

Então, acredito que na primavera, entre setembro e dezembro, é a melhor época para conhecer a região.

Agora, se o seu desejo é ver neve, prefira viajar entre junho e setembro.

Roteiro de 4 dias na Carretera Austral

Com base no que conheci e gostei, preparei um roteiro de 4 dias na Patagônia chilena.

Confira!

Dia 1– Parque Nacional Cerro Castillo

Como chegamos bem cedinho no aeroporto de Balmaceda, dali mesmo já partimos para nosso primeiro passeio na Patagônia chilena.

A princípio, fomos conhecer o Parque Nacional Cerro Castillo.

Menos de 30 minutos depois que saímos do aeroporto já vimos uma lagoa congelada e muita neve no caminho, numa paisagem que me conectou imediatamente com a natureza e me fez sentir agradecida por estar ali.

Enquanto isso, o Pedro, nosso guia, nos entregou um passaporte dos parques nacionais da Patagônia e recebemos nosso primeiro carimbo na visita ao Parque Nacional Cerro Castillo.

Ali mesmo já fizemos a promessa de voltarmos para encher nosso passaporte de carimbos.

Então, seguimos pela Carretera Austral e chegamos até a parte mais alta, em Portezuelo Ibáñez.

Então, paramos para um lanche, com direito a provar cervejas da região, apreciando uma vista perfeita para o Cerro Castillo e a Cuesta del Diablo.

Logo após, seguimos pela Carretera Austral e chegamos até as margens do Lago General Carrera – o maior do Chile – e com uma água azul incrível.

Dali seguimos para o Saltos Río Ibáñez, uma cachoeira formada pela erupção do vulcão Hudson.

Uma ventania que quase carregou a gente!

Mas, fechamos o primeiro dia encantados com tudo que vimos.

Além disso, chegamos ao hotel cheios de expectativas para o segundo dia.

Só fizemos o nosso check in no Hotel Patagonia House no final do dia.

Depois, tomamos um banho quentinho e jantamos no restaurante do próprio hotel.

Uma curiosidade: a carreteira Austral é reconhecida mundialmente, possui pouco mais de 1.200 km e a metade do seu território é protegido por parques, reservas e monumentos naturais.

Dia 2 – Puerto Aysén e hotel Loberías del Lago

Já no segundo dia, tomamos nosso cafezinho da manhã e botamos o pé na estrada.

Já sabíamos que era dia de chuva, logo, saímos preparados.

Afinal,  a roupa é muito importante para quem quer conhecer essa região, ainda mais no inverno.

Em outras palavras, usar três camadas e roupas impermeáveis é imprescindível para aguentar o frio e chuvas do período de inverno.

Puerto Aysén é a segunda maior cidade da região de Aysén Patagônia, com 28 mil habitantes.

Pela Carretera Austral, nossa primeira parada foi para conhecer as cachoeiras Veo de Novia y La Virgen.

Foi impressionante ver aquela água descendo fininha pelo verde das plantas e escutar o barulhinho da chuva.

Isso já me conectou com a natureza no nosso segundo passeio pela Carretera Austral.

Para quem mora em Santiago, que quase nunca chove, isso é um privilégio.

Em resumo, é tudo tão lindo, tão verde, com muita chuva e frio.

O trajeto até Puerto Aysén foi com pequenas paradas para apreciar a exuberância do lugar.

Depois de cerca de 1h30 chegamos ao destino debaixo de uma chuva gelada.

Ainda assim, paramos para tirar foto no cartão postal da cidade, com a Puente Presidente Ibáñez, que foi declarada um monumento histórico.

Hotel Loberías del Sur

Após uma pequena volta por Aysén, partimos para o hotel Loberías del Sur, localizado em Puerto Chacabuco, a uma distância aproximada de 2 horas do aeroporto de Balmaceda.

Trata-se de um pequeno povoado de casinhas de madeira, cercado por montanhas cobertas por árvores extremamente verdes, até mesmo no inverno.

Lá, fomos recebidos pela simpática Danae – gerente do Loberías del , que fez questão de nos mostrar toda a estrutura do hotel, incluindo os quartos, área de lazer, eventos e restaurante.

Então, aproveitamos para almoçar e provar algumas delícias da região, como o pisco sour de calafate, as cervejas artesanais e o delicioso salmão fresco.

E a propósito, comida deliciosa e com uma vista perfeita para o Laguna San Rafael, pois quase toda a área do restaurante tem paredes de vidro, o que deixa a gente deslumbrado com as montanhas da Patagônia chilena cobertas de neve.

Depois do almoço entramos em um micro-ônibus do hotel e fomos caminhar pelo parque Aiken del Sur que é uma floresta onde pode encontrar arbustos como o calafate, michay e chiclo.

A fauna como chucao, hued hued e o martín pescador. Fizemos uma trilha bem curta acompanhados de uma guia.

Contudo,  é possível percorrê-la por conta própria.

Confesso que fiquei com muita vontade de me hospedar no Loberías del Lago para aproveitar todas as programações que o hotel oferece.

Aliás, tem programações para três a sete noites com atividades para todos os dias, mas o carro chefe do hotel é a navegação até o Glaciar San Rafael.

Quando o dia escureceu, voltamos para nossa hospedagem na cidade de Coyhaique, pois no dia seguinte estava programado o passeio mais esperado da viagem.

Por fim, fomos na estrada com bastante cautela, pois estava chovendo e o aviso de gelo na estrada estava presente durante todo o nosso percurso.

Dia 3: Capelas de Mármore, o passeio mais esperado

Esse passeio foi tão incrível e emocionante que tem um post específico para ele.

Aproveite para ler aqui sobre as Capelas de Mármore.

Só fiquem sabendo que eu chorei de emoção! Aproveita para ver o vídeo do nosso canal do YouTube.

Dia 4: Centro de esqui e uma linda surpresa

Sim, tem um centro de esqui muito pertinho da cidade e com algumas boas vantagens.

A primeira delas é que é um centro de esqui pequeno e rodeado por árvores, o que torna o lugar mágico.

Além disso, é bem mais barato que os tradicionais centros de esqui próximos a Santiago.

Para se ter uma ideia, para passar o dia esquiando no El Fraile, você provavelmente vai gastar um terço do valor que gastaria nas redondezas da capital chilena.

Nós não esquiamos, mas fizemos uma caminhada com raquetes de neve e foi muito bacana, ou seja, uma boa opção para quem não quer se aventurar no esqui ou snowboard.

Foi uma atividade no período da manhã.

O Pedro (guia) me disse que estava preparando uma surpresa para o período da tarde e nos levou para conhecer um projeto incrível:

A maior obra de arte natural do planeta!

É o Projeto Monumento Patagônia, comandado por uma mulher, a Alicia Hara, que nos recebeu com um almoço típico patagônico e, com muito orgulho, nos explicou sobre esse projeto de reflorestamento da região.

Qual o objetivo do projeto?

Preocupada com a crise climática, o projeto da Alicia visa a compensação individual de carbono e cada pessoa no mundo deveria plantar 22 árvores.

Desse modo, o projeto visa ajudar as pessoas nessa compensação.

Como?

No terreno da casa dela ela vai plantar 20 mil árvores formando a palavra Patagônia.

Incrível, não é mesmo?

Assim, cada pessoa pode contribuir financeiramente para ter uma ou mais árvores plantadas neste terreno.

E o interessante é que fica o nome da pessoa, como vocês podem ver na foto.

A grande surpresa veio quando vi escrito ROSI GUIMARÃES – NÓS NO CHILE.

O Pedro fez essa linda surpresa para mim.

Então, agora eu faço parte do projeto e vou querer voltar para acompanhar o crescimento da minha árvore.

 

Você também pode fazer parte desse projeto e ter seu nome lá, acesse o site Home – Monumento Patagônia para saber mais informações.

Esse foi mais um dia de emoção na Patagônia chilena.

Senti que quatro dias foi pouco e pretendo voltar na primavera para viver outras experiências.

No outro dia cedinho pegamos nosso voo de volta para Santiago. Além de lindas fotos, momentos que jamais serão esquecidos.

Termino este texto já morrendo de saudades.

Nossa agência parceira

Fizemos os tours com a Free Adventure.

Nessa agência parceira conhecemos o Pedro, um guia brasileiro que nos acompanhou o tempo todo e nos surpreendeu em cada passeio.

É uma agência que faz um turismo consciente e sustentável.

Esse não é um destino somente para quem tem o esporte correndo pelas veias.

Eu, por exemplo, não sou dessas e curti muito.

Fazendo as adaptações necessárias, é um destino que se pode ir até com crianças.

Além disso, a região é propícia para o turismo familiar também.

Para fazer um orçamento, entre em contato com o Pedro.

Ele vai dar um desconto para os leitores do Nós no Chile Free Adventure Chile (@free_adventure_cl) • Fotos e vídeos do Instagram

Gostou da viagem? Ela está também nos destaques do Instagram NósnoChile ® Rosi Guimarães (@blognosnochile) • Fotos e vídeos do Instagram

 

No mais, aguardem o próximo post da Patagônia chilena!

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