Post atualizado em agosto de 2018. Confere que tem surpresa na segunda parte…
O Museo de la Memoria y los Derechos Humanos é o mais triste e emocionante que já visitei. Uma edificação moderna e bonita, talvez para dar uma leveza ao tema tratado.
Segundo a página oficial, o espaço é destinado a dar visibilidade às violações dos direitos humanos cometidas pelo Estado Chileno no período entre os anos de 1973 e 1990. Porém, logo na entrada, um grande painel fotográfico formando o mapa mundial também chama atenção para atos deste tipo ocorridos no mundo inteiro, inclusive no Brasil, fazendo menção às respectivas comissões constituídas para apuração da verdade. É o primeiro setor chamado “Derechos Humanos, desafío universal”.
O museu foi inaugurado em 2010 pela então presidente do país, Michelle Bachelet, e seu projeto arquitetônico é de um escritório de São Paulo. Através de vídeos, fotos, documentos oficiais, materiais jornalísticos e registros pessoais, conta-se a história de um período recente. Além disso, o objetivo é abrir um debate para reflexão sobre o respeito aos direitos humanos.
A exposição permanente ocupa dois andares do edifício. No primeiro, um dos setores, “11 de Septiembre”, mostra os acontecimentos logo após o golpe militar e é possível assistir ao vídeo do bombardeio ao Palacio de La Moneda e ouvir o último discurso do presidente Salvador Allende. Em outro setor, também podemos ler cartas de pessoas detidas pelo regime aos seus familiares, antes de desaparecerem ou serem executadas.
No segundo andar, entre outros setores, está o setor “Demanda de verdad y justicia”, com um espaço onde se representa o memorial aos que perderam suas vidas ou desapareceram. Desse lugar impactante, tem-se a dimensão da quantidade de vítimas da repressão ao regime imposto.
Muitos depoimentos do acervo me emocionaram. Um deles, no setor dedicado a mostrar a dor das crianças, me tocou em especial: uma carta escrita por uma criança para a senhora Lucia Hiriat, esposa do General Augusto Pinochet que ocupou o governo neste período. Perguntava onde estavam seus avós porque estava chegando o dia dos avós e ela queria dar um abraço neles. É um lugar repleto de emoções, tem que estar preparado!
O Museu também conta com exposições temporárias em espaço reservado no terceiro andar. E tem ainda um centro de documentação e história, onde constam os demais registros organizados e disponíveis para consulta.
Por que conhecer o Museo de la Memoria?
(por Bárbara Mussili)
O Palacio de La Moneda, sede do governo chileno, é um dos lugares mais visitados pelos turistas brasileiros. O interesse se deve à sua importância como prédio histórico, ao seu centro cultural, à sua localização no centro de Santiago e à tradicional troca de guarda. Mas nem todo mundo sabe a história que esse local guarda.
Em 11 de setembro de 1973, o palácio foi bombardeado pelo Exército em um episódio que culminou com a morte do presidente Salvador Allende e a instauração de uma ditadura que só terminou em 1990, após a votação de um plesbicito por uma reforma constitucional e o retorno à democracia.

Fonte: Biblioteca del Congreso Nacional de Chile
O Museo de la Memoria y los Derechos Humanos é um local que conta esta história e, sobretudo, dignifica as pessoas que foram vítimas de tortura, desapareceram ou perderam suas vidas porque se manifestaram contra o regime.
Obviamente que lugares como este museu ou o Coliseu de Roma ou Auschwitz emocionam o turista-viajante. Mas por que é importante conhecer lugares como esses? Porque eles reservam mais que turismo. Reservam história.
Para tornar essa experiência mais interessante, as dicas da vez são de literatura: três livros de escritores chilenos para conhecer este período da história chilena.
A casa dos espíritos – Isabel Allende
Isabel quase dispensa apresentações, mas não, ela não é filha de Salvador Allende. Seu pai era primo dele. A escritora era jornalista no Chile quando aconteceu o golpe e se auto-exilou na Venezuela quando começou a ditadura. De lá, em 1982, publicou este romance sobre várias gerações da Família Trueba, passando por acontecimentos baseados nos fatos reais deste episódio da história. O livro é best-seller internacional e já rendeu até um filme com Meryl Streep. A escrita de Allende emociona e seus personagens são apaixonantes.
Formas de voltar para casa – Alejandro Zambra
Zambra era uma criança quando a ditadura chegou aos seus últimos anos. Mesmo assim, marcou sua vida e seu relacionamento familiar. A abordagem do autor mostra que nem todos se afetavam da mesma forma com o que acontecia na época. Zambra é menos conhecido que Allende no Brasil, mas é um representante de peso da literatura contemporânea chilena. O livro foi traduzido para o português em 2014. São memórias com uma narrativa elaborada e comovente.
La dimensión desconocida – Nona Fernández
Esta dica vai para quem quer treinar o espanhol. Infelizmente, Nona ainda não foi traduzida para o português, mas sua obra, de 2016, ganhou o prêmio latino-americano Sor Juana Inez de la Cruz. Nona faz uma relação da sua adolescência com a ditadura. Já adulta, ela investiga um fato verídico, de um agente secreto que confessou sua participação em casos de torturas. Visitando o próprio Museo de la Memoria, a escritora reconstrói algumas histórias e descobre essa dimensão desconhecida, fazendo referência à serie de televisão The Twilight Zone. Uma narrativa muito inteligente e que permite ao leitor reconhecer vários locais e elementos atuais no romance.
Quer saber mais sobre os livros? Acesse a resenha no Refúgio Ameno através do link em cada um dos títulos.
Como chegar no museu:
- Matucana 501, Quinta Normal, Santiago
- Está localizado em frente ao Parque Quinta Normal onde estão outros lindos museus. Aqui tem um post sobre o Parque. É fácil de chegar e dá para ir de metrô (estação Quinta Normal – Linha 5 – Verde).
Horários:
- Terça a domingo, das 10 às 18h. Nos meses de janeiro e fevereiro, das 10 às 20h.
- Fechado: Todas às segundas-feiras e nos seguintes feriados: 1º de janeiro, 1º de maio, 18 e 19 de setembro e 25 de dezembro.
- A entrada é gratuita e o museu disponibiliza um audioguia em português, um aparelho parecido com um telefone celular, com o qual o visitante pode ir escutando as explicações ao percorrer o museu. Custo: $2.000
Planeje sua viagem com a gente!
Fazendo suas reservas aqui pelos links do blog você não paga nada a mais por isso, e ainda ajuda na manutenção da nossa página. Nossos parceiros foram escolhidos a dedo. Então não custa nada ajudar a gente.
- Seguro viagem com desconto! Encontre as melhores ofertas de Seguro Viagem da internet com a Seguros Promo. Use o cupom NOSNOCHILE5 e ganhe 5% de desconto! Faça a cotação e garanta já o seu desconto. Não viaje sem seguro. Evite perrengues.
- Reserve seu hotel, hostel ou apart hotel no Booking. Clique aqui e reserve sua estadia com o melhor preço. Várias opções com cancelamento grátis!
- Passagens aéreas mais baratas para o Chile! Encontre os melhores preços com a MaxMilhas! Clique Aqui e compre a passagem mais barata!
- Alugue seu carro aqui com a RentCars! Compare preços e tenha o melhor atendimento com Rentcars.com. Clique aqui e alugue carro com o melhor preço.
- Cartão de descontos e benefícios exclusivo para brasileiros! Adquira o cartão Brazilian Travel Card e ganhe descontos ou outros benefícios em hotéis, restaurantes, bares, vinhedos, lojas, transfers, aluguel de autos, tours e mais. Clique aqui e compre o cartão com 10% de desconto.
18 comentários
[…] visitar museus. Falando em museus , aqui no Chile, a maioria deles tem entrada grátis e o da Memória e Direitos Humanos é imperdível para quem quer conhecer sobre o período da Ditadura Chilena. E o Palácio La Moneda […]
[…] Gosta de museus? Aqui o imperdível Museu da Memória e dos Direitos Humanos. […]
[…] Veja aqui o post do Museu da Memória. […]
[…] Artes. Outra opção é conhecer o Parque Quinta Normal e seus Museus e lá pertinho está o Museu da Memória e dos Direitos Humanos, depois da visita ao Museus da Memória você pode ir almoçar no Restaurante da Barbearia mais […]
[…] Museu de la Memoria y los Derechos Humanos abrirá suas portas, das 18h às 24 horas, na sexta-feira, 18 de novembro. Essa é a 30° versão […]
[…] Museu da Memória e dos Direitos Humanos – Fui, mas não curti muito. É muito triste. O museu conta um pouco da história do período da ditadura chilena. Ele dá visibilidade às violações dos direitos humanos cometidos pelo Estado de Chile no período entre 1973 e 1990. Saiba mais […]
[…] É uma boa opção para quem vai visitar o Museu da Memória e dos Direitos Humanos e depois quer almoçar ou jantar. Ou ainda, quer passar o dia conhecendo o Parque Quinta Normal e […]
[…] visitar outros museus: Museu da Memória e dos Direitos Humanos e Museu de Bellas […]
[…] ir de metrô. Estação Quinta Normal – Linha 5 – Verde. Tem um post bacana sobre ele no site Nós no Chile. Uma dica: ao lado do parque, está o Centro Cultural Mutucana 100, um estilo centro cultural que […]
[…] visitar outros museus: Museu da Memória e dos Direitos Humanos e Museu de Bellas […]
[…] E se ainda der tempo nesse dia, ou preferir voltar em outro dia, vale conferir o Museu da Memória e dos Direitos Humanos, que fica também nessa região. Mas atenção! Esse já não é um passeio para crianças pequenas. Confira o post aqui. […]
Dependendo do quanto se interessa por História, pode-se passar até um dia inteiro no museu. Caso utilize o audioguia, são muitos registros para escutar e muito material para ver. É difícil realmente deixar a emoção de lado ao visitá-lo mas acho que é importante conhecer e entender o que aconteceu para que nunca mais se repita, como diz a missão do museu. Imperdível.
[…] visitar outros museus: Museu da Memória e dos Direitos Humanos e Museu de Bellas […]
[…] espalhadas pelos órgãos públicos chilenos. E tem o museu mais triste que já visitei, que é o Museu da Memória e dos Direitos Humanos que retrata o período da Ditadura […]
[…] grátis em Santiago do Chile. Já falei também do Museu Histórico Nacional, clique aqui. E tem o Museu da Memória e Direitos Humanos, que é imperdível para quem quer conhecer mais sobre o período da Ditadura […]
Não consegui terminar a visitação ao Museu. Fiquei muito emocionada e não parava de chorar… Mesmo assim, acho que a visita vale a pena, até pq o Brasil tb viveu uma ditadura, mas o povo parece que acha melhor fingir que não aconteceu! E é aquela história: como um povo espera não repetir a história se não conhece a sua própria história?
[…] É um museu muito triste, mas se quer conhecer a história da Ditadura chilena, esse é o lugar, muito interativo: com fotos, vídeos, documentos, cartas e muito mais. No blog tem um post sobre ele, clique aqui para ler. […]
Visitei o museu no ultimo dia de estadia em Santiago. Algo que me arrependo até hoje, pois me emocionei algumas vezes ao ver relados e materias nos jornais expostos. Vale muito a visitação. Proxima vez farei com mais tempo disponivel e com o audio disponibilizado.