Um dia na vinícola Santa Rita: almoço, tour e degustação

Eu já conhecia a vinícola Santa Rita, mas voltei mais uma vez para passar um dia inteiro e aproveitar todas as atrações.

Além de ser uma das vinícolas mais visitadas por brasileiros, a Santa Rita oferece uma experiência completa, ou seja, para um dia inteiro. E o melhor de tudo é que fica pertinho de Santiago, no Valle del Maipo.

Além disso, é uma ótima opção para quem quer conhecer o processo de produção dos vinhos chilenos e desfrutar de um bom restaurante, um passeio pelo vinhedo, um jardim lindíssimo, um museu e ainda ter a oportunidade de se hospedar em uma casa histórica, de 1720.

Quer um roteiro de um dia inteiro na Santa Rita? Então continue a ler este post, pois vou contar um pouco da minha experiência lá!

Tour pela vinícola

Minha sugestão é começar com um dos tours, acompanhado de degustação. A vinícola oferece 10 opções de degustação, com direito a passeio pelos jardins  e pelo Museu Andino.

A propósito, o tour na Santa Rita começa com uma verdadeira aula de história! Também, não é para menos! A casona é do ano de 1720 e tem uma história que enche de orgulho a todos os chilenos.

Nesta época, Doña Paula escondeu 120 soldados no subsolo da fazenda. Eles lutavam pela independência do Chile e tiveram que fugir após serem derrotados na batalha de Rancagua.

O tour Premium  também passa pelo local e é possível conhecer o jardim centenário de quarenta hectares da propriedade.

Nesse jardim, projetado pelo paisagista francês Guillermo Renner, com um estilo que mescla características francesas, italianas e americanas, é possível observar árvores centenárias, estátuas, fontes e até uma parreira de uva Moscatel do ano de 1800.

Os jardins são perfeitos para passear. O silêncio é tão grande que só se escuta o canto dos pássaros.

A Capela Santa Rita, que também faz parte do jardim centenário, possui estilo gótico e é utilizada para eventos e casamentos.

A capela é de 1885 e os seus vitrais vieram da Alemanha de navio, depois seguiram por uma linha férrea particular que ligava a região de Buin, em Santiago, até a vinícola.

A cada mudança de estação, é realizado um concerto a céu aberto no local. Imagina  só, que evento incrível? 

Em seguida, fomos conhecer um pouco sobre o processo de produção dos vinhos, em especial, do 120.

Pudemos ver os tanques de produção e o processo de engarrafamento dos vinhos. Logo após, passamos pela bodega, onde ficam os vinhos que são armazenados para envelhecimento.

Resumindo, gostei muito do tour, pois é bem completo e interessante.

Degustação na vinícola Santa Rita

Depois do tour, vem a parte da degustação.

A princípio, há várias opções de tour: com bicicleta pelo vinhedo, um somente para degustação carmenere, que é a uva mais famosa do Chile, ou ainda a experiência de produzir o seu próprio vinho, como um enólogo por um dia no Winemaker Experience.

A clássica inclui vinhos reserva e gran reserva.

Na minha outra visita à vinícola eu já fiz o tour premium, com direito a degustar 6 vinhos, sendo 3 deles ultra premium e harmonizados como uma tábua de queijos, frutas e biscoitos. Leia aqui sobre essa experiência

Tour ultra premium

Dessa vez, fui convidada para o tour ultra premium, que é um tour privado, com guia exclusivo. E realmente valeu a pena, afinal, aprendi ainda mais sobre a história da vinícola e a produção de vinhos. 

Começamos a degustação com um vinho da linha floresta, que ficam armazenados nos ovos de concreto que vimos durante o tour, para  manter o perfil da casta, da fruta e da terra.

É um vinho de colheita manual, com produção de 6.600 garrafas por safra. Enfim, um vinho bem agradável em boca e fácil de tomar.

Já o segundo vinho da degustação foi um Triple C,  um carménerè que vem do Valle de  Colchagua.

A colheita é manual e tem três castas separadas de uvas, envelhecidas no carvalho francês por 4 anos. Já a cor é intensa e os aromas são marcantes.

Portanto, foi meu preferido!

Em seguida provei o  Pewen, considerado o melhor carménerè da casa, que é da região de Apalta e que fica 18 meses no carvalho.

Carmenére é a uva emblemática aqui do Chile, e esse é especial por ser elaborado com as melhores frutas.

Por fim, fechamos a degustação com Bougainville, de 2020, um petit syrah de alta categoria, uma casta feita em laboratório nos Estados Unidos e que foi inserida em parreiras já grandes aqui.

Esse vinho tem uma produção entre 6 mil e 7 mil por safra e chega a custar 50 a 60 mil pesos chilenos. Logo, é uma produção bem exclusiva.   

O Bougainville é um vinho com aroma adocicado que lembra frutas negras como a ameixa seca, isto é, pouca acidez, fácil de tomar e com um sabor final que lembra chocolate. Que delícia de vinho!

Almoço e café na Santa Rita

Agora, para ter uma experiência ainda melhor, recomendo almoçar no restaurante Doña Paula, que recebeu esse nome em homenagem a Paula Jaraquemada, que abrigou os 120 patriotas que lutaram pela Independência do Chile, há mais de 200 anos. 

A comida é internacional e o cardápio, variado: carnes, peixes, massas e sobremesas deliciosas. Os pratos são bem servidos e deliciosos.

Tudo isso, acompanhado de um bom vinho, com vista para o vinhedo ou para o jardim interno da sede.

Na minha última visita lá, eu e meu grupo escolhemos as seguintes opções de pratos:  Filete con Salsa de queso y jamón Serrano (CLP$20.000) e Fetuccini salsa mariscos (CLP $16.000). De sobremesa, vale provar o Ponderación con helado ou salsa manjar (CLP $6.000 cada). 

Mas também tem outra opção para quem quer lanchar: o Café La Panaderia.

E aqui vai mais um pouco de história: a antiga padaria da Fazenda Santa Rita preparava e entregava pão aos trabalhadores e suas famílias.

O café da vinícola Santa Rita também possui uma exposição permanente dos “carros de sangre”, antigos vagões puxados por cavalos, que serviram de meio de transporte para a família Fernández Concha e depois para García Huidobro desde a Fazenda até Buin.

Portanto, um lugar ideal para fazer uma pausa no passeio, para tomar um café e fazer um lanche. 

Museu Andino

Recomendo conhecer também o Museu Andino, com mais de 3 mil peças arqueológicas e etnográficas de povos pré-colombianos que habitaram o Chile.

O acervo fica em uma construção moderna de 1500 m2 e a entrada é gratuita.

Um muro de pedra de inspiração inca e uma escultura de José Vicente Gajardo marcam o seu acesso. São três setores diferentes.

Em duas delas está exposta a coleção permanente e na terceira mostra exposições temporárias, principalmente de arte contemporânea. 

Hospedagem no Casa Real

Eu já tive essa experiência de me hospedar no Casa Real e foi incrível.  A experiência nos faz voltar ao passado, com móveis originários de XIX e uma construção de 1720, que foi residência da família fundadora da vinícola Santa Rita. 

O Casa Real é um hotel boutique e oferece uma experiência luxuosa combinada com a rica história e tradição da vinícola.

A fachada imponente e os amplos jardins transmitem uma sensação de elegância, enquanto os interiores são decorados com móveis requintados e obras de arte.   

O hotel oferece 16 quartos decorados com bom gosto e que mantêm a atmosfera histórica do local. 

Alguns quartos oferecem vistas panorâmicas dos jardins ou dos vinhedos.

Confesso que achei interessante que cada quarto recebe o nome de uma uva. O meu, por exemplo,  foi o Cabernet Franc. 

E, na chegada, recebemos um vinho com o cartãozinho de boas-vindas! 

Nas áreas comuns, uma sala de estar aconchegante com lareira, onde se pode desfrutar de um bom livro ou apenas desfrutar da paisagem. 

Além disso, o hotel também conta uma piscina para os dias mais quentes. 

Aproveita para ler sobre os hotéis mais diferentes que me hospedei no Chile.

Dicas para a sua visita na vinícola Santa Rita

Aproveita para ver o vídeo que fiz da minha hospedagem no hotel Casa Real:

 

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